terça-feira, agosto 01, 2006

A insídia lorpa

Nunca este blogue esteve sob tão intensa atenção. Pena que o motivo seja tão negativo. Ou talvez não! Os comentários ao post sobre o jantar do curso trouxeram risos e lágrimas de alunos e professores, e mostraram que nem só de competências nos alimentámos nestes quatro anos. Valores, também, meus amigos, esse domínio tão esquecido. Diz bem a Kátia que o que interessa foi o que vivemos. Mas no meio da beleza há sempre um viruzinho azedo que traz a erva daninha rasteira, que se enrola em gestos delicodoces, louvaminhando tudo e todos até poder dar o golpe final. Falamos de quê? De alguém ressabiado que não tem humildade para perceber o que vale e que é sempre tempo de aprender a reconhecer virtudes e defeitos. Falamos de quem? Acho que toda a gente sabe de quem vem a insídia torpe e traiçoeira. Mais torpe e traiçoeira quanto se esconde sob o anonimato de um teclado (explico: todo o computador tem um IP que pode ser descodificado pela PT ou pela NetCabo, percebem?). Mais torpe e traiçoeira ainda, quanto se esconde atrás de outro alguém que fala em terceiranistas! Que coisa lorpa é esta?
Outra questão: toda a gente sabe como este curso funciona. Os alunos que comentaram o post referido já o mostraram. Todas as queixas e dúvidas tiveram sempre a abertura dos professores e das várias direcções do curso. Se isso não acontece há sempre outros recursos. Por exemplo, pedir revisão das notas! Talvez assim se jogue com os mesmos dados, de cara destapada e sem a.a.b. no meio (vê-se que ainda não sabe soletrar).
Quanto à sugestão da Clara de apagar os comentários em causa: é sempre a primeira coisa que nos vem à cabeça, quando lemos coisas de nível tão baixo. Mas tenho outra ideia. Deixá-los estar ali, para servir de espelho a quem o escreveu. Talvez assim um dia reconheça vergonha na cara e venha aqui pedir desculpa. Retractar-se, como diziam os antigos. E dessa vez, assinando o nome próprio. Nessa altura, perdoaremos, como cristãos e marxistas, como dizia Paulo Freire.
Um abraço a todos.
*
[Hélder Raimundo]
nota: texto inicialmente publicado aqui, em 2/8/06

Seminário de Projectos

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Problemáticas I

ECI-Programa da disciplina

INTRODUÇÃO
A disciplina pretende, na sua generalidade, contribuir para o desenvolvimento pessoal, educativo e científico do licenciado em Ciências da Comunicação, com vista à valorização do seu desempenho profissional no seio da sociedade.
I – OBJECTIVOS GERAIS
Num mundo cada vez mais multicultural, a disciplina deve contribuir para a assunção de conhecimentos, competências, atitudes e valores do aluno, enquanto cidadão envolvido numa teia permanente de relações interculturais.
II – OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
O objectivo geral deve transpor-se para alguns objectivos mais operativos, a saber:
1. Entender a complexidade da organização social, enquanto teia de aproximações e afastamentos culturais baseados em factores identitários.
2. Compreender os conceitos relativos à cultura, nos campos da identidade, conflito, domínio, etc.
3. Conhecer os actuais mecanismos relativos à mobilidade social e cultural, como pretexto das problemáticas da marginalização e da exclusão.
4. Entender as características do multiculturalismo actual, como resultado da construção social intra e interétnica.
5. Compreender os princípios de uma educação para a interculturalidade.
6. Conhecer práticas diferenciadas de educação e de comunicação intercultural.

III – COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER

A avaliação positiva é determinada pela demonstração do seguinte tipo de competências:
Instrumentais
-Ser capaz de interpretar as questões da interculturalidade de forma crítica;
-Ser capaz de debater de forma argumentativa e apoiada em conceitos científicos as questões da comunicação intercultural;
-Ter capacidade de comunicar e defender ideias em público.

Interpessoais
-Mostrar capacidades de trabalho em grupo de forma sinérgica;
-Ser capaz de desenvolver práticas de dinâmica, animação e comunicação de grupo.

Sistémicas
-Compreender a complexidade dos problemas da interculturalidade no contexto da globalização;
-Saber utilizar quadros conceptuais e metodologias científicas apropriadas.

IV – CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1. Organização social

1.1. Culturas dominantes e culturas dominadas
1.2. Processos de interacção social
1.3. Génese dos conflitos e da anomia

2.Racismo, etnicidade e multiculturalismo
2.1. Conceitos de raça, etnia e cultura
2.2. Racismo, xenofobia, etnocentrismo e nacionalismos
2.3. Migrações, marginalização, minorias e exclusão social

3.Estratégias e integração de grupos
3.1. Identidades e relações culturais
3.2. Construção do conhecimento intra e interétnico
3.3. Comunicação multicultural e intercultural
3.4. Educação intercultural: conceitos e valores

4. Experiências de educação e de comunicação intercultural (conteúdo transversal).
V – ESTRATÉGIAS E METODOLOGIAS
De acordo com as características da disciplina, privilegiar-se-á um conjunto de metodologias e estratégias que permitam estimular o desempenho autónomo e crítico de cada aluno e do sentido de grupo, e que estimularão a capacidade crítica do grupo-turma. Assim, serão utilizados entre outros:
a) Trabalho teórico de leitura e discussão de textos, com vista à auto-formação e interacção entre os vários grupos de trabalho;
b) Utilização de formas interventivas de comunicação dos resultados de estudos e reflexões;
c) Relatos e visitas a experiências relativas aos conteúdos da disciplina, proporcionadores de debate e reflexão crítica individual e colectiva;
d) Utilização de simulações, dramatizações e outros jogos pedagógicos;

e) Apresentação de trabalhos temáticos por grupos;
f) Fóruns de debate de comunicações e intervenções dos alunos.

O docente facultará um conjunto de textos de apoio da disciplina para as sessões em sala de aula. O docente mantém uma página, na qual os alunos podem aceder a este programa, ler e imprimir textos de apoio, aceder às notas da avaliação contínua e ainda editar comentários ou pedidos de informações: http://educaeic.blogspot.com/
Para apoio aos alunos privilegia-se o período de atendimento do docente.

Notas:
(1) Os grupos de trabalho são constituídos por 4 ou 5 alunos cada. Antes da apresentação do trabalho, cada grupo deve apresentar um plano (1 página) contendo: tema, objectivos, sinopse/guião e duração. Os planos devem ser entregues até à 7ª aula. A calendarização dos trabalhos de grupo será apresentada na 8ª aula. Cada grupo dispõe de um máximo de 60 minutos para apresentação.
(2) Cada aluno deve preparar uma comunicação para apresentar nos fóruns. Até à 10ª aula deve ser entregue ao docente um resumo (300 palavras) contendo tema, título e principais marcos teóricos. A calendarização dos fóruns será apresentada na 11ª aula. Cada comunicação apresentada não poderá exceder os 7 minutos.
Os planos e resumos, referidos acima, podem ser entregues: em mão, deixados no cacifo 47 ou enviados para o E-mail do docente.

VI – AVALIAÇÃO
A avaliação da disciplina caracteriza-se por ser contínua e auto-formativa, tendo cada sessão, uma componente avaliativa. São considerados elementos de avaliação os seguintes parâmetros e respectivas percentagens:
a) Presença, empenho, participação e interacção nas aulas e em auto-formação – (I-35%) *;
b) Trabalho de grupo a apresentar em formato livre – (G-30%);
c) Comunicação individual em fórum – (I-35%).
* Os alunos que não estiverem presentes em 60% das aulas farão um teste no final do semestre.

BIBLIOGRAFIA

Berger, P. & Luckman, T. (1999). A Construção Social da Realidade. Um Livro Sobre a Sociologia do Conhecimento. Lisboa: Dinalivro [1966].

Bourdieu, P. (2001). O Poder Simbólico. Lisboa: Difel.

Cardoso, C. (1996). Educação Multicultural. Percursos para Práticas Reflexivas. Lisboa: Texto Editora.

Carmo, H. (Coord.). (1996). Exclusão Social. Rotas de Intervenção. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

Cortesão, L. & Pacheco, N. (1991). O Conceito de Educação Intercultural. Interculturalismo e Realidade Portuguesa. In revista Inovação, volume 4, nº 2-3, (pp. 33-44). Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.

Cuche, D. (1999). A Noção de Cultura nas Ciências Sociais. Lisboa: Fim de Século Edições.

Giddens, A. (1997). Modernidade e Identidade Pessoal. Oeiras: Celta Editora.

Horton, P. & Hunt, C. (1981). Sociologia. São Paulo: McGraw-Hill.

Ladmiral, J-R. & Lipiansky, E. (1989). La Communication Interculturelle. Paris: Armand Collin.

Lévi-Strauss, C. (1980). Raça e História. Lisboa: Editorial Presença.

Lipovetsky, G. (1988). A Era do Vazio. Ensaios Sobre o Individualismo Contemporâneo. Lisboa: Relógio de Água.

Nunes, A. (1994). Questões Preliminares sobre as Ciências Sociais. Lisboa: Editorial Presença.

Perotti, A. (1997). Apologia do Intercultural. Lisboa: Secretariado Coordenador dos Programas de Educação Multicultural – Ministério da Educação.

Souta, L. (1997). Multiculturalidade e Educação. Porto: Profedições.


Educação e Comunicação Interculturais

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