quinta-feira, setembro 28, 2006

Problemáticas I - Programa

INTRODUÇÃO
Num mundo actualmente dominado pelo conceito da globalização, que tudo avassala nos seus efeitos modeladores, parece-nos interessante introduzir no Seminário do 4º e último ano do Curso, uma perspectiva integradora e complexificadora das problemáticas que, hoje, se colocam ao educador e interventor comunitário.
Essa perspectiva deve ser enformada por um enfoque unificador, que permita uma abordagem articulada de teorias e reflexões sobre os mais importantes temas da actualidade, mas que, ao mesmo tempo, privilegie o interesse da diversidade das experiências locais e dos interesses minoritários.
É claro que o educador e interventor comunitário deve apropriar-se de um pensamento global para desenvolver uma acção local. Para isso, é necessário munir-se de um conjunto de saberes sobre os problemas mais pertinentes que a contemporaneidade coloca: a globalização e o neoliberalismo; o subdesenvolvimento e o desenvolvimento local; a sociedade civil e os movimentos sociais; etc. Hoje torna-se claro que a aldeia global comportará sempre duas faces da mesma moeda: a mundialização do capitalismo e a articulação dos movimentos sociais a uma escala mundial.
Ao educador e interventor comunitário cabe um papel fundamental na percepção deste conflito, dado que se assume enquanto técnico posicionado no enclave, entre uma política pública/privada de desenvolvimento comunitário e os interesses dos diversos sectores das populações das comunidades locais. Ele é um concertador de conflitos e problemáticas, um mediador de interesses entre os decisores e os destinatários. Por isso, actua na linha limite entre as carências das comunidades e os padrões normais da qualidade de vida de qualquer cidadão.
Na sua bagagem de educador, cabem os conjuntos de conhecimentos, competências e capacidades, necessários a uma análise rigorosa e complexa das problemáticas do seu trabalho; bem como o conjunto de valores e atitudes fundamentais ao desenvolvimento de metodologias adequadas a um trabalho sério e honesto junto das populações locais, quase sempre as mais desfavorecidas, social ou culturalmente.

I – OBJECTIVOS GERAIS
A disciplina de Seminário pretende, na sua generalidade, contribuir para o desenvolvimento pessoal, educativo e científico do educador e interventor comunitário, com vista à valorização do seu desempenho profissional, no seio das comunidades mais desfavorecidas.

II – OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
O objectivo geral deve transpor-se para alguns objectivos mais operativos, a saber:
1.Conhecer as principais problemáticas que hoje se colocam ao trabalho do educador e interventor comunitário;
2.Diagnosticar os principais impactos e influências entre as problemáticas globais e os acontecimentos comunitários;
3.Desenvolver uma atitude de relação intrínseca entre a sistematização das práticas comunitárias e o pensamento teórico, pela via da reflexão crítica;
4.Entender as características da multidimensionalidade e da complexidade da educação comunitária, suas diferentes teorias e metodologias;
5.Desenvolver uma atitude de posicionamento crítico em defesa das comunidades mais desfavorecidas.

III – COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER
A avaliação positiva é determinada pela demonstração do seguinte tipo de competências:

Instrumentais
-Ser capaz de interpretar os principais problemas actuais de forma crítica;
-Ser capaz de debater de forma argumentativa e apoiada em conceitos científicos as problemáticas da actualidade;
-Ter capacidade de comunicar e defender ideias em público.
Interpessoais
-Mostrar capacidades de trabalho em grupo de forma sinérgica;
-Ser capaz de desenvolver práticas de dinâmica e animação de grupo.
Sistémicas
-Compreender a complexidade dos problemas numa perspectiva local, olhando os problemas locais;
-Saber utilizar quadros conceptuais e metodologias científicas apropriadas.

IV – CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
i) Animação sócio-cultural
ii) Identidades, tradições e cultura popular
iii) Comunidades rurais e desenvolvimento
iv) Analfabetismo, iliteracia e educação de adultos
v) Associativismo, cidadania e democracia participativa
vi) Globalização e migrações
vii) Museologia comunitária e serviços educativos

V – ESTRATÉGIAS E METODOLOGIAS
De acordo com as características da disciplina de Seminário, privilegiar-se-á um conjunto de metodologias e estratégias que permitam estimular o desempenho autónomo e crítico de cada aluno e do sentido de grupo, e que estimularão a capacidade crítica do grupo-turma. Assim, serão utilizados entre outros:
a) Trabalho teórico de leitura e discussão de textos, com vista à auto-formação e interacção entre os vários grupos de trabalho;
b) Utilização de formas interventivas de comunicação dos resultados de estudos e reflexões;
c) Relatos de experiências de intervenção comunitária, proporcionadores de debate e reflexão crítica individual e colectiva;
d) Utilização de simulações, dramatizações e outros jogos pedagógicos;
e) Apresentação de trabalhos temáticos por grupos;
f) Debates em sistema de conferência com comunicações individuais.
O docente facultará um conjunto de textos de apoio da disciplina para as sessões em sala de aula. O docente dispõe de uma página, na qual os alunos podem aceder a este programa, ler e imprimir textos de apoio, aceder às notas da avaliação contínua e ainda editar comentários ou pedidos de informações: http://educaeic.blogspot.com/
Para apoio aos alunos privilegia-se o período de atendimento do docente, no gabinete 88.

VI – AVALIAÇÃO

A avaliação da disciplina caracteriza-se por ser contínua e auto-formativa, tendo cada sessão um mecanismo avaliativo; são considerados elementos da avaliação os seguintes parâmetros e respectivas percentagens:
a) Desenvolvimento auto-formativo – (I-35%) ;
b) Trabalho de grupo – (G-30%);
Os grupos são constituídos por 3-5 alunos cada. Cada grupo deve elaborar um plano de trabalho (1 página) contendo: tema, objectivos, plano da apresentação e duração. Os planos devem ser entregues até 29/10. A calendarização dos trabalhos de grupo será apresentada até 5/11. Cada grupo dispõe de 60 minutos para apresentação, em formato livre.

c) Comunicação individual – (I-35%).
Cada aluno deve preparar uma comunicação individual para apresentar oralmente e discutir. Até 19/11, deve ser entregue um resumo (máximo 300 palavras) contendo tema, título e principais marcos teóricos. A calendarização das comunicações será apresentada até 26/11. Cada comunicação apresentada, em formato de painel, não poderá exceder os 10 minutos.
Os planos de trabalho e os resumos podem ser entregues em mão, ao docente, ou deixados no cacifo 47.


BIBLIOGRAFIA

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terça-feira, setembro 26, 2006

Seminário: Projectos - Programa

Introdução
A área da Educação e Intervenção Comunitária exige a formação de profissionais especialistas que, através de processos de aprendizagem profissional e do aperfeiçoamento metodológico, desenvolvam competências que lhes permitam conceber e aplicar projectos de intervenção social adequados aos diferentes contextos onde interagem.
A disciplina de Seminário de Planeamento, Desenvolvimento e Avaliação de Projectos visa a preparação e o apoio directo e imediato aos alunos e alunas que realizam a Prática I. Durante a Prática I os alunos desenvolvem um conjunto diverso de actividades, o que configura um quadro de enorme riqueza que torna a disciplina de Seminário um espaço privilegiado de estudo e reflexão.
A disciplina de Seminário de Planeamento, Desenvolvimento e Avaliação de Projectos na sua vertente formativa – desenhada para que nela confluam os contributos teórico-metodológicos e práticos do conjunto das disciplinas do Curso –, desenvolverá uma abordagem a nível teórico, na medida em que os conteúdos a estudar serão complementares e suportarão do ponto de vista conceptual a Prática que os alunos realizam; e uma abordagem a nível metodológico, no sentido em que algumas actividades a realizar ao longo do semestre contribuirá para o desenvolvimento mais sustentado, do ponto de vista científico, do trabalho realizado no âmbito dessa mesma Prática.

I – OBJECTIVOS GERAIS
-Compreender os elementos fundamentais da cultura das comunidades;
-Identificar o âmbito de intervenção do Educador Comunitário;
-Conhecer os diferentes modelos de intervenção nos processos de Educação Comunitária;
-Saber aplicar conceitos fundamentais na concepção, desenvolvimento e avaliação de projectos de Educação Comunitária;
-Desenvolver competências na área da comunicação.

II – OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
-Diagnosticar o contexto de Prática;
-Identificar destinatários e âmbitos de intervenção;
-Reflectir sobre o papel do educador comunitário;
-Conhecer as etapas de construção de um Projecto de Educação Comunitária;
-Elaborar propostas de intervenção em função de contextos concretos;
-Compreender a importância da participação activa das pessoas nos processos de concepção, execução e avaliação dos projectos;
-Reflectir criticamente, com base em pressupostos teórico-metodológicos, sobre a acção desenvolvida na Prática;
-Comunicar experiências;
-Aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do Curso

III – COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER
A avaliação positiva é determinada pela demonstração do seguinte tipo de competências:
Instrumentais
-Ser capaz de diagnosticar as principais problemáticas do contexto de prática;
-Ser capaz de caracterizar uma instituição/comunidade;
-Ser capaz de planear um projecto de intervenção social.
Interpessoais
-Desenvolver capacidades de trabalho em equipa de prática;
-Ser capaz de estabelecer relações com técnicos e parceiros institucionais.
Sistémicas
-Compreender a globalidade dos recursos científicos e técnicos do curso, na construção de projectos;
-Saber utilizar quadros conceptuais e metodologias científicas apropriadas.

IV – CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
1. Principais paradigmas e estratégias da educação comunitária:
1.1. Teorias, princípios e objectivos
1.2. Diferentes estratégias de intervenção
1.3. Perfil ético e papel do educador comunitário
2. Metodologias de diagnóstico de contextos educativos
3. Abordagem das organizações sociais e diversidade dos contextos de intervenção
4. Planeamento e metodologia de projectos:
4.1. Clarificação de conceitos
4.2. Introdução à metodologia de projecto
5. Concepção de projectos sociais:
5.1. Etapas de construção de um projecto de intervenção
5.2. Planeamento, execução e negociação de um projecto de intervenção
6. Introdução à avaliação de projectos sociais

V – ESTRATÉGIAS E METODOLOGIAS
As metodologias a privilegiar enquadram-se numa perspectiva construtivista e desenvolvimentista do conhecimento no sentido de promover a participação activa dos alunos. Assim serão utilizadas as seguintes técnicas:
i) Exposição oral; ii) Análise crítica de textos; iii) Debate; iv) Trabalho de grupo e trabalho individual; v) Comunicação de trabalhos; vi) Reflexão sobre a Prática.
O Seminário estará aberto à presença e participação da docente responsável da Prática I e de outros convidados a designar.

VI– AVALIAÇÃO
1- Participação e desempenho nas actividades realizadas na sala de aula e no trabalho de campo (I-30 %) *;
2- Reflexão crítica do processo de construção da Caracterização e do Anteprojecto, a partir de guião a definir, num máximo de 3000 palavras (G-20%);
3- Apresentação da Caracterização/Anteprojecto (G-30%);
4- Discussão da Caracterização/ Anteprojecto (I-20%).

* Os alunos que registarem menos de 60% de presenças realizarão, no final do semestre, um teste escrito com a mesma ponderação.

BIBLIOGRAFIA

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Miguel Badesa, S. (1995). Perfil del Animador Sociocultural. Madrid: Narcea.
Payne, M. (2002). Teoria do Trabalho Social Moderno. Coimbra: Quarteto Editora.
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Pérez Serrano, G. (Coord.) (2000). Modelos de Investigación Cualitativa en Educación Social y Animación Sociocultural – Aplicaciones Prácticas. Madrid: Narcea.
Quintana Cabanas, J. M. (1992). L`Animacion i els seus Ambits Professionals. Barcelona: Institut Català de Noves Professsions.
Silva, A. S. & Pinto, J. M. (1999) (Orgs.). Metodologia das Ciências Sociais. Porto: Afrontamento.
Silva, J. M. (Org.) (1996). Educação Comunitária. Estudos e Propostas. S. Paulo: SENAC.
Sirvent, M. T. (org.) (1984). Educação Comunitária – A Experiência do Espírito Santo. São Paulo: Brasiliense.
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Villegas Ramos, E. (1999). Educación Social y Desarollo Local. Sevilla: Kronos.
***
Nota: o título assinalado a negrito é de leitura obrigatória

segunda-feira, setembro 18, 2006

Leituras obrigatórias

«Tal como os meninos da selva aprenderam a linguagem dos animais, Natascha aprendeu a linguagem dos media. É como se tivesse fugido da sua masmorra pelo écran da televisão.». Rui Tavares no Público do dia 16/9.
Ler toda a coluna aqui.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Exame de melhoria de PIP-4º ano

O exame de melhoria da disciplina de Projecto de Inserção Profissional (4º ano) realiza-se no dia 11/9 às 14h na sala 1.22 do Complexo Pedagógico da Penha. De acordo com o Regulamento de Avaliação (ver aqui) o exame será constituído por uma prova escrita e terá a duração de duas horas (tempo máximo). O exame será baseado nos conteúdos da disciplina:

O paradigma antropológico do projecto
O projecto como representação
A construção de projectos de intervenção
Os projectos sociais/comunitários
O projecto de inserção profissional

A bibliografia é a seguinte:

Barbier, J.-M. (1996). Elaboração de Projectos de Acção e
Planificação
. Porto: Porto Editora.

Boutinet, J.-P. (1996). Antropología do Projecto. Lisboa: Instituto Piaget.

Guerra, I. (2000). Fundamentos e Processos de Uma Sociología de Acção. O Planeamento em Ciências Sociais. Cascais: Principia.

Leite, E., Malpique, M. & Santos, M. R. (1992). Trabalho de Projecto / 2. Leituras Comentadas. Porto: Afrontamento.

Pérez Serrano, G. (1996). Elaboración de Proyectos Sociales. Casos Practicos. Madrid: Narcea.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Pós-Graduação em Gerontologia - Projecto

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