terça-feira, fevereiro 28, 2006

Metodologia do projecto

METODOLOGIA DE PROJECTO
(Guerra, 2000)

• Metodologia participativa de projecto: representação antecipada e finalizante de processo de transformação do real
• Técnica de intervenção social: racionalizar acções; gerir recursos
• Novas metodologias: participativas; pesquisa-acção

Pesquisa-acção:
i) produção de saber sobre contextos sociais;
ii) partenariado e contratualização;
iii) representação social futura.

Metodologia de projecto:
i) conceptualização da acção;
ii) pensamento racional e sistémico;
iii) apelo organizacional.



O meu Carnaval

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Histórias de vida da toxicodependência

INVESTIGAÇÃO – Histórias de vida de dois ex-toxicodependentes

METODOLOGIA
Conversas Informais – Surgem num primeiro momento da investigação. O investigador faz uma apresentação de si próprio e do que pretende com o seu trabalho. Procura criar uma relação de empatia com os sujeitos de investigação.

História de vida – Na história de vida, pede-se a alguém que descreva a sua história pessoal. A recolha de uma história de vida envolve uma “crença no indivíduo, uma valorização do eu e da sua história” (Poirier, Clapier-Valladon & Raybaut, 1999, p.89).

Entrevistas Abertas – A pessoa entrevistada fala livremente, sem grande intervenção por parte do investigador, isto para que o sujeito de investigação aborde as questões que realmente julga serem as mais pertinentes.

Diário de campo – Registo do que se passou no terreno de investigação. No caso das Histórias de vida, é importante o registo dos gestos e expressões dos entrevistados, uma vez que é algo que o gravador não consegue captar.

TEMÁTICAS: Adolescência, Drogas, Toxicodependência, A família e o toxicodependente, Exclusão Social, Tratamento, Reinserção Socioprofissional, Papel da Educação e do Educador Comunitário no contexto da investigação

COMUNICAÇÃO
“PASSAGENS DE VIDA DE UM EX-TOXICODEPENDENTE”

INFÂNCIA
- Infância normal
- Marcada por sensibilidade e rebeldia
De acordo com Strecht (2004, p.31), as crianças são particularmente “dotadas de uma capacidade de desenvolver o mundo interior desde que nascem, que se organiza sobretudo a partir do que lhes é oferecido por quem está mais próximo: pais, família, amigos, escola, sociedade. É impossível falar ou descrever uma criança isoladamente. É sempre necessário fazê-lo no contexto em que ela se insere e onde tem crescido”.
“Variava um bocado entre essa rebeldia de miúdo e depois também de alguma sensibilidade (…) Nunca sofri muito com ela, apesar de ter os pais separados não me lembro assim daqueles grandes traumas de infância (…)”.

ADOLESCÊNCIA
- Evolução da rebeldia
- 1.º Consumo
De acordo com Morel, Hervé e Fontaine (1998), é sem dúvida no coração da adolescência que se situam os primeiros consumos.
“ (…) O meu primeiro consumo tinha para aí os meus 13 anos mais ou menos. Foi erva…foi marijuana.”
Na opinião de Farate (2001), é o grupo quem favorece a ritualização da utilização, recreativa ou adictiva, de determinada substância psicoactiva.

TOXICODEPENDÊNCIA
Neto (1990), diz-nos que o mais habitual é a existência de uma politoxicomania, na qual a pessoa passa de umas drogas para outras conforme a sua disponibilidade e preferência.
“Entretanto aos 19/20 anos, na altura da minha entrada para a tropa, consumo heroína pela primeira vez. (…)”
“Eu nunca deixei de consumir as drogas que tinha começado a consumir, e comecei a consumir heroína e anfetaminas, e às tantas era tudo junto”.
“As minhas memórias da prisão, acho que é provavelmente o sítio mais estranho e mais horrível ao mesmo tempo onde alguém pode entrar”.

TRATAMENTO
Segundo Frazão, Teles, Pereira e Magalhães (2005), o tratamento da pessoa toxicodependente, apesar de ser caracterizado na maior parte das vezes, por uma grande instabilidade e ambivalência, por recaídas e interrupções mais ou menos longas e por abandonos, pode ser bem sucedido.
“Quando sai da prisão tive cá fora uns tempos e foi ai que eu tentei fazer o meu primeiro tratamento em relação às drogas.”
“Acho que eu parei muito por começar a não ter saída, não havia caminho por onde seguir e onde estar a usar sem estar cada vez pior e sem as coisas estarem cada vez mais deterioradas”.
”Lembro-me que quando entrei tive uma ressaca complicadíssima, tive um mês e meio sem dormir um único segundo, isto pode parecer inacreditável, mas é a mais pura das verdades. (…) Tive uma grande determinação, aguentei…fiz uma ressaca de metadona, comprimidos, de heroína, todas as drogas praticamente a frio. […] percebi que era a última jogada da minha vida e que tinha de apostar ali tudo, apostei tudo.”

REINSERÇÃO
- O entrevistado até reconquistar a confiança da mãe viveu durante um ano num apartamento de reinserção.
Como nos diz Curtet (1997), a reinserção é algo de complicado porque o toxicodependente se marginalizou e provavelmente cortou os laços com a família.
“O primeiro trabalho que tive foi numa barraquinha em que alugava bicicletas, […]”.
“Tinha eu 15 meses de recuperação fui convidado para trabalhar como monitor num centro, desta vez noutro papel, no papel de tentar ajudar os outros um bocado a sair daquilo, e estou lá há 3 anos. Agarrei isso com alguma motivação e gosto imenso do que faço.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS
- O entrevistado para além de ser monitor, fazer sessões de animação e trabalho voluntário, está a tirar a carta de condução e tem como objectivo ingressar na Universidade, num curso de Psicologia.
- O papel da instituição que o apoiou, tanto na fase do tratamento como na sua reinserção, foi indispensável. Mas a sua determinação e força de viver, foram sem dúvida as duas coisas que o levaram a estar hoje onde está e a poder partilhar a sua história de vida.
- Este testemunho leva-nos a uma reflexão sobre a problemática em questão e ajuda-nos a compreender que para conhecermos uma determinada realidade e para podermos intervir, temos primeiro que compreender aqueles que fazem parte dessa mesma realidade, pois sem esse conhecimento não poderemos ajudá-los.
*
Sandra Cabrita - 4º ano de EIC

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Dois anos a socializar em comum

Este blog faz, hoje, dois anos de actividade.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

O arrastão

Por uma política multicultural da nacionalidade

Começo por uma afirmação aparentemente peremptória: não houve qualquer “arrastão” na praia de Carcavelos. Este fenómeno, ampliado e manipulado até à exaustão, merece uma análise séria e rigorosa e isso é o que pretendo fazer.O conceito de “arrastão” decorre do fenómeno localizado no Brasil – sobretudo nas praias do Rio de Janeiro – e, como muitas importações ad-hoc, foi erradamente utilizado nos factos ocorridos em Carcavelos e em Quarteira, no Algarve. O que se passou nestes dois locais, foram meros incidentes praticados por jovens de forma espontânea, desorganizada e sazonal. Espontânea porque motivo do contexto local; desorganizada porque acto de prática adolescente, enquanto mecanismo de afirmação e de status juvenil; e sazonal porque marcada pelo momento liberal de final de aulas. A divulgação dos factos criaram o primeiro disparate: não foram 500, nem 100 jovens que se envolveram nos actos. Os próprios relatórios de polícia, divulgados pelo «Diário de Notícias» desmentem as notícias da imprensa e das televisões, apressados em dar o directo e provavelmente em vender jornais, numa época de folga da bola e de descanso do Parlamento. Hoje, continua a pensar-se que um conjunto de pequenos furtos sucedeu-se em catadupa e que a maior dos jovens - que habitualmente frequentam aquela que é a segunda maior praia da linha do Estoril – foram eles próprios arrastados pelos acontecimentos. Quase todas as declarações de banhistas, comerciantes e policiais são, por isso, lacónicas e desvirtuadas de provas concludentes sobre eventuais práticas criminosas.Perante as notícias e a frio, vários responsáveis políticos deram o mote da desgraça, do securitarismo e do medo. Capucho (presidente da Câmara de Cascais) apressou-se a reivindicar policiamento – a velha lógica da paranóia securitária de um polícia para cada cidadão – denotando marcas de xenofobia e racismo nas suas declarações. Macário Correia, responsável autárquico com poderes regionais no Algarve, veio preocupar-se com a imagem negativa dos acontecimentos para o turismo. Primeiro o nosso negócio, só depois a solução dos problemas sociais e culturais. Uma verdadeira desumanidade. Uma manipulação dos factos para aduzir uma legitimação política da discriminação dos deserdados, dos trabalhadores, dos periféricos, dos migrantes.Agora o papel dos media. Responsáveis pela manipulação dos factos até à exaustão, não se deram ao trabalho de confirmar os dados e estimularam o medo, a xenofobia e a discriminação. Não contentes com isso, enxamearam os canais de filmes e notícias assombrosas e assustadoras, ampliando os fenómenos reais e distorcendo as estatísticas dos factos da criminalidade. Hoje, continuam a insistir no erro manipulador de recusar os próprios dados da polícia e dos estudiosos do fenómeno. Ainda ontem [no dia anterior ao que escrevo] se via Conceição Lino, no debate da SicNotícias, literalmente a apanhar papéis, depois de um começo impreparado e sobranceiro na discussão dos problemas sociológicos da delinquência juvenil. Não sei quem lhe encomendou o sermão, mas este papel descaradamente manipulador e ignorante dos media televisivos começa seriamente a preocupar. Felizmente, os convidados (da área das ciências sociais e do direito) souberam desmistificar essa função reverberadora e subliminar da comunicaçãosocial mostrando, até com dados estatísticos, a baixa da criminalidade, sobretudo a juvenil e ainda que essa forma delinquencial é norma de afirmação de identidade perante os grupos de pertença.Finalmente o problema. Perante os factos, ou de acordo com o fenómeno que ritualiza os mesmos, só temos dois caminhos. O de considerar relevantes apenas as consequências e tornarmo-nos num país permanentemente amedrontado, legitimando a repressão e fechando-nos numa redoma de mente policiada. Ou encararmos de vez as causas do problema, separando aquilo que é ritual e sublimador na violência juvenil – e que pode ou não configurar molduras penais -, daquilo que é resultado da desestruturação da identidade social e comunitária, cada vez mais patente nos bairros degradados e periféricos das grandes cidades. Locais onde, antes de mais, se obriga à prática e legitimação da dependência, da discriminação social, da periferia cultural e da xenofobia. Quem não se sente identificado e integrado não defende valores e não tem comportamentos de vizinhança. Porque a nossa sociedade tem criado guetos de minorias étnicas e culturais, localizados nas periferias territoriais et pour cause nas periferias do poder, obrigando-os a respeitar deveres e a esquecer os seus direitos, de nacionalidade, de pertença, de comunidade, de cultura. Talvez se pudesse começar por alterar a legislação sobre a nacionalidade, uma boa forma de provar que a nossa preocupação é com as causas e não só com as consequências. Uma prova, ainda, de que a marginalização não é uma proposta de política cultural, assumida pelo poder, para se manter imaculado e ariano. Uma vergonha histórica, se assim fosse.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Trabalho

Muito trabalho para organizar o blog de forma a servir o trabalho com os alunos. Ali à direita e em cima, as Disciplinas que lecciono este semestre. Clicando nos nomes, abrimos caminho a variantes para Programa/Sumários/Textos de Apoio. Depois é só seguir os links de escolha para o que se quiser. Boa navegação e leitura.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Antropologia do projecto

ANTROPOLOGIA DO PROJECTO (revisão)

• Condutas de antecipação
• Tempo projectivo para dominar; espaço potencial para sujeitar
• Sociedades tradicionais: precaridade; tempo ritual
• Sociedades modernas: tempo existencial e operatório
• Projecto: um capricho linguístico

PEDAGOGIA DO PROJECTO
(Boutinet, 1996)

Pedagogia do Projecto: Dewey, 1916; Kilpatrick, 1918
Learning by doing : pedagogia aberta
Na Europa: Freinet; Montessori - nova educação; escola aberta
Pedagogia por objectivos (Hameline, 1979): finalidade; eficácia; motivação
Crítica: racionalizadora; determinista; pouco experiencial
Reaparecimento da pedagogia de projecto (anos 70)
Educação permanente: os adultos na economia da formação - outros tempos e outros locais
Projecto profissional do adulto
Pedagogia do projecto: “um fervor encantatório”

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Catálogo de agentes educativos não-formais

AGENTES EDUCATIVOS

i) Indivíduos
Animadores
Agentes de desenvolvimento

ii) Agrupamentos:
Administração
Privados
ONGs

EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL

i) Alfabetização
ii) Educação de adultos
iii) Formação

FORMULÁRIO (exemplo)

Denominação: Casa da Cultura de Loulé
Morada: Praça da República nº36 1º andar
Contactos: 289 415860 / 939488167
Freguesia/Concelho: S.Clemente/Loulé
Data de fundação: 13 de Abril de 1987
Serviço a que pertence: Divisão da Cultura de Património da Câmara Municipal de Loulé
Forma jurídica: Associação independente sem fins lucrativos
Nº de sócios: 652
População Alvo: Região do Algarve
Valências: Dinamização cultural desportiva e Promoção de inter-associativismo, formação e criação artística
Nº de utentes:
Actividades: Jogos tradicionais, encontros de grupo de janeiras, encontros de colectividades, congressos, fotografias, teatro, pintura e escultura, primavera fotográfica, quinzena lusófona, ciber-espaço, posto de informação juvenil, ginástica, campos de trabalhos, actividades de ar livre, intercâmbios nacionais e internacionais e espectáculos, festivais (cantos, rock, jazz), publicações, formações (fotografia, teatro, musical)
Financiamento: Câmara Municipal de Loulé, ministério da cultura, IPJ, por vezes particulares e candidaturas a certos programas
Apoios humanos: Colaboradores activos
Recursos:
Observações: Importante instituição para na organização, divulgação e promoção de eventos tanto dentro do concelho, como regional.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

CONTEXTOS DE OBSERVAÇÃO

OBSERVAÇÃO CLANDESTINA EM MEIO FECHADO

• Meios desviantes, marginais ou secretos: seitas suicidárias (Festinger, 1956-1993); homossexualidade pública (Humphreys, 1970)
• Características pessoais compatíveis
• Relações anteriores com o meio
• Entrada cautelosa
• Instalação segura no meio
• Registo deferido do diário de campo (ditafone/esconderijo)

OBSERVAÇÃO À VISTA DE UM GRUPO INFORMAL

• Participação legitimada no grupo: sociedade de rua (White, 1943-1995); educação em bairros pobres (Liebow, 1967)
• Características pessoais e relações com o meio
• Entrada cuidadosa no meio
• A entrada como socialização
• A importância do gatekeeper
• Questões éticas: anonimato; reputação moral
• O observador-participante
• Dados: documentos; autobiografias; diários de campo da observação
• Registo das notas: à posteriori

OBSERVAÇÃO À VISTA DE UMA ORGANIZAÇÃO FORMAL

• Aceitação formal e legitimação
• Restrições formais
• Conhecimento do meio versus conflito
• Negociação hierarquizada
•Neutralidade na observação
• Problemas de amostragem e representatividade
• Observação dos backstages (Goffman, 1959)
• Registo de notas presencial e a descoberto
• Cultivar a discrição

Pós-Graduação em Gerontologia

A Universidade do Algarve, através das suas Escolas Superiores de Educação e de Saúde, organiza o 1º Curso de Pós-Graduação em Gerontologia, destinado a profissionais das áreas sociais relacionadas com o tema. As candidaturas para as vagas abertas (em número de 30) decorrem de 6 a 20 de Fevereiro e a formação inicia-se a 20 de Março.Para informação mais detalhada deve consultar a página do Curso, clicando aqui.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Comunicação sobre Deficiência Visual

Comunicação:
A cegueira social quanto às barreiras arquitectónicas e obstáculos.
Data: Março de 2006
Por: Dora Martins e Mónica Afilhado

A Deficiência
“Na Carta dos Anos 80, elaborada pela International Reabilitation e proclamada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, considera-se Deficiente o portador de qualquer restrição ou falha de capacidade, resultante de uma diminuição, para desempenhar uma actividade de um modo ou segundo uma ordem considerada normal para um ser humano.” (Eira, 1992, p.7)

Tipos de Deficiência
Fonte: Eira (1992)

* Deficiência Motora;
* Deficiência Sensorial (cegueira e surdez);
* Deficiência Orgânica;
* Deficiência Mental.
* Deficiência Visual

Segundo Correia (1997), a Deficiência Visual refere-se a uma incapacidade de visão significativa ou total.

É uma situação irreversível de diminuição de resposta visual, resultando de causas congénitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A diminuição de resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira). (Entreamigos, s.d.)

Alguns dados estatísticos
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação (2001)

Os resultados dos Censos 2001 referem que a população residente em Portugal é de 10.355.824 indivíduos, dos quais 163.569 apresentam deficiência visual.
A deficiência visual é a deficiência com maior expressão em Portugal, abrangendo mais 7.323 indivíduos do que a deficiência motora.
Ao nível do Algarve, isso também se verifica pois, apresenta 6.255 indivíduos com deficiência visual, enquanto que, a deficiência motora apresenta 5.830 indivíduos.
A Realidade – convivendo com a Diferença

Temos assistido nas últimas décadas a avanços significativos nas condições de vida das pessoas portadoras de deficiência e das suas famílias.
Mas, na verdade, estes cidadãos estão ainda longe de ver os seus direitos reconhecidos e de ver implementados os meios e os recursos necessários para alcançarem uma efectiva igualdade de oportunidades.
Em muitos casos permanecem “cidadãos invisíveis”, que a sociedade ignora e marginaliza, por desconhecimento e preconceito. (Pinto citado em REDITEIA, 2003)
Vivemos actualmente, num mundo em acelerada mutação. Por toda a Europa, as empresas, as comunidades e os indivíduos estão a aprender a conviver com a globalização económica, a transformação tecnológica, a mudança demográfica e a alternância política.
Estas novas realidades além de estarem a criar oportunidades para muitos cidadãos, conduzem a uma crescente insegurança e desigualdade para outros. (Pinto citado em REDITEIA, 2003)
Se reflectirmos um pouco sobre a questão da diferença, apesar de apresentar algum tipo de deficiência, a pessoa é um ser humano, a quem lhe compete direitos e que devem ser respeitados.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que outra que não a possua. E, apesar das pessoas portadoras de deficiência terem necessidades diferentes das pessoas ditas “normais”, isso não significa que não tenham competências. (Almeida et al., s.d.)

Declaração Universal:
Fonte: Associação Portuguesa de Deficientes

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.“ (artigo 1.º da DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM, adoptada e proclamada pela Assembleia Geral na sua resolução 217 A (III) de 10 de Dezembro de 1948)
As pessoas portadoras de deficiência têm o direito, podem e querem tomar as suas próprias decisões, assumindo a responsabilidade pelas suas escolhas.
“A Vida Autónoma significa no essencial o direito das pessoas com deficiência a decidirem sobre as suas próprias vidas.” (Associação Portuguesa de Deficientes)
A construção de uma sociedade inclusiva exige a mudança de ideias e de práticas construídas ao longo do tempo.
A inclusão social é entendida assim, como um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade, através de transformações nos espaços físicos e na mentalidade de todas as pessoas. (Chicon e Soares, s.d.)
“Deve haver uma prática maior de inclusão social, baseando-se na aceitação das diferenças individuais, na valorização de cada pessoa e na convivência dentro da diversidade humana.” (Almeida et al.)

Orientação espacial e mobilidade

A orientação e a mobilidade são elementos marcantes e importantes no processo de reabilitação e integração da pessoa com deficiência visual.
Estas capacidades são alcançadas recorrendo a uma aprendizagem, muito específica, de todos os outros sentidos de uma forma coordenada e constante.
Permite ao portador de deficiência visual saber onde se encontra, por onde deve ir e como reconhecer os vários locais.
Sentidos de orientação

“Um portador de deficiência visual não dispõe automaticamente de uma maior acuidade dos sentidos de tacto, da audição, do olfacto ou do paladar. Ele terá de aprender a utiliza-los da melhor forma possível.” Keirk Horton, J. (2000)

Tipos Sentidos de orientação:

* Audição;
* Tacto;
* Olfacto;
* Paladar.

Pontos de referência, pistas, pontos cardeais, auto-familiarização com o ambiente, externo e interno que vão permitir Identificar o local em que se encontra; Identificar rugosidades, inclinação do piso, existência de degraus, largura das portas; Etc.

A Mobilidade

“A capacidade de mobilidade torna-se, portanto, condição de adaptação e de participação na vida urbana.” Rému, Jean & Voyé, Liliane (1997)
Permite deslocações quotidianas para o emprego, escola, fazer compras, lazer, etc.

Auxiliares da mobilidade:

* Orientação sensorial;
* Auxílio da Família/Amigos;
* Auxílio de associações/ profissionais;
* Auxílio da Bengala branca;
* Auxílio do Cão guia;
* Outros.

Barreiras arquitectónicas e obstáculos

Decreto‑Lei n.º 123/97 de 22 de Maio, emitido pelo Ministério da Solidariedade e Segurança Social

“Torna obrigatória a adopção de um conjunto de normas técnicas básicas de eliminação de barreiras arquitectónicas em edifícios públicos, equipamentos colectivos e via pública para a melhoria da acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada, (…) que lhes permita o acesso a todos os sistemas e serviços da comunidade, criando condições para o exercício efectivo de uma cidadania plena.”
A constante e crescente desordem, agressividade e variedade de obstáculos móveis, imóveis, ocasionais ou permanentes dos espaços públicos e encontrados nas calçadas das cidades dificultam a árdua tarefa de uma pessoa com deficiência visual de se orientar e mover nas ruas da sua cidade.
Outro aspecto, e não menos importante, é a desinformação dos que vêm, principalmente quando é necessário ajudar as pessoas com deficiência visual.


Antropologia do Projecto

ANTROPOLOGIA DO PROJECTO

•O projecto nas sociedades tradicionais: sociedades sem projecto (Boutinet,1990)
• As sociedades modernas como uma civilização de projectos (Barbier,1991)
• O projecto tem uma dimensão ambivalente (Guerra, 2000)
- racionalizadora
- existencial

Formas de compromisso do sujeito no desenvolvimento societário (Touraine, 1956):
- ausência de projecto pessoal
- projecto individual
- projecto colectivo
- projecto organizacional

Projecto:
«intenção de uma transformação real, guiada por uma representação do sentido dessa transformação, tendo em consideração as condições reais e animando as práticas»
(Castoriadis, 1975)

Inventário de projectos (Boutinet, 1990):
- Situações existenciais de vida
- actividades de projecto
- objectos de projecto
- organização de projectos
- projectos de sociedade

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Plágio na Universidade

Há dias discutia com um colega o fenómeno dos plágios efectuados pelos alunos, cada vez mais presente nos trabalhos académicos. Mais grave ainda quando nos trabalhos de fim de licenciatura se enchem páginas a fio com recortes integrais de várias fontes que não representa qualquer pesquisa ou cruzamento crítico de ideias originais, mas tão só uma cópia bem feita. Hoje, no ensino superior, este problema tem que vir a ser encarado pelos docentes, na base de uma metodologia diferenciada. Parece-me útil que se organize este saber cada vez mais livresco e cibernético e se ensine os alunos a utilizar este tipo de fontes sem prejudicar os direitos de autor, respeitando a ética, seja lá o que isso for.
A propósito deste tema, acabo de ler na revista brasileira "No Mínimo" uma reportagem que aconselho vivamente. Para ler é só clicar no nome da revista que está sublinhado.