Tenho estado nos últimos dias a corrigir uma monografia de licenciatura que versa o diagnóstico das necessidades da freguesia do Ameixial, no concelho de Loulé. O interessante é verificar o desinteresse que os políticos, os que têm responsabilidades na gestão autárquica, manifestam pelos trabalhos sérios que se efectuam nas comunidades em que foram eleitos. Vem isto a propósito de uma entrevista dada pelo presidente da junta de freguesia do Ameixial ao jornal «Carteia» (de 4/11), onde afirma que uma das principais carências é a construção de um polidesportivo para a juventude. Nela afirma: «...seria bom um polidesportivo uma vez que a freguesia tem poucos jovens...». Vale a pena ler o que dizem as alunas autoras da monografia: «Numa freguesia serrana onde tudo se transforma em conversa de café ou em prosa de banco de jardim, quando em contacto com a população o tema recai sobre as associações existentes no Ameixial, as notas vão pouco além do nome de cada uma delas e das acções que desenvolvem. Com o intuito de se focar em linhas certeiras tais referências e aprofundar outras relativamente à origem das estruturas associativas e seus objectivos concretos, foram contactados os respectivos dirigentes assim como alguns sócios. De salientar que as palavras usadas pelos mesmos saem em jeito de rancor e inconformidade com a realidade ameixialense, o que contrasta com a ideia, já generalizada, de que pouco se vai fazer para além do que foi feito ao longo dos últimos vinte anos».
É preciso dizer mais alguma coisa?