A minha Escola, a Escola Superior de Educação de Faro, organizou um mural de homenagem ao poeta Eugénio de Andrade para comemorar o Dia Mundial da Poesia. Fê-lo no passado dia 31 de Março, já que no dia 21, o Dia, o tempo era de férias escolares. Coincidência, ou não, tinha acabado de escrever uma crónica sobre Eugénio, a propósito da edição de um livro em sua homenagem, que foi publicada em «A Voz de Loulé» de 15 de Março. Lá entreguei, à presidente do Conselho Pedagógico, uma fotocópia do jornal com a crónica, para ser afixada no mural. No próprio dia 31 de Março não a vi no mural afixado na entrada da Escola. Dando a volta pelos corredores, lá a vi colada noutro mural. Era a única contribuição, ainda presente, no papel cenário colocado na parede. A única, não! Por baixo do meu nome, a que se seguia a designação de professor da mesma escola, estava grafitado um desenho de um daqueles bonecos olherudos e de nariz espevitado, pintado a verde lagarto. No risco horizontal da boca, uma língua saía, provocante e desafiadora. Não sei quem deu este contributo poético tão característico do ensino “superior”.