quinta-feira, setembro 22, 2005

Programa de Problemas Actuais I

Caros alunos de Educação Comunitária: já podem fazer o download do programa da disciplina clicando na palavra sublinhada; em breve estará disponível num link permanente, aqui ao lado, junto do link para a página do curso. O programa também está disponível na página do curso, bem como o sumário de hoje.
[o professor]

quarta-feira, setembro 21, 2005

Programa de Educação e Comunicação Interculturais

Caros alunos de Ciências da Comunicação: já podem fazer o download do Programa da disciplina de Educação e Comunicação Interculturais, clicando na palavra sublinhada. Em breve, o link permanente estará disponível aqui ao lado, junto do link da página do curso de CC.
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[actualização]:
O programa também já está disponível na página do curso de CC-pode acedê-lo ali ao lado nos links. Os sumários desta semana também estão na página do curso.
[O professor].

terça-feira, setembro 20, 2005

Encontro de Educação de Adultos

A Associação O Direito de Aprender vai organizar um Encontro Nacional de Educação e Formação de Adultos. Saiba mais clicando aqui.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Os professores devem passar mais tempo nas escolas

«(...) E o mais importante: estar mais tempo na escola significa estar mais tempo com os alunos. A avaliar pelo estado do nosso ensino, será melhor reflectir antes de declarações do tipo das que são reproduzidas aqui (li-as também no Público de ontem) (...).». Ler o meu texto integral clicando aqui.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Declaração de Bolonha em Portugal

Chamo a atenção para o artigo do professor Vasconcelos Costa (VC) sobre a aplicação da declaração de Bolonha ao ensino superior em Portugal. O texto de hoje no Público só está disponível online para assinantes, mas no texto VC põe alguns problemas fundamentais. Que as alterações à Lei de Bases do Sistema Educativo não consagram um modelo único de duração dos dois ciclos do ensino superior. Que se deixa ao arbítrio das instituições a fórmula mais expedita. Que, por exemplo, estas se preparam para se auto-financiarem, estipulando cursos de licenciatura de quatro anos e mestrados de dois, de forma a manterem mais alunos nas escolas e faculdades, durante mais tempo.

Crise civilizacional no Algarve

GOLFES E CASAS ILEGAIS NA RIA FORMOSA: UMA CRISE DE CIVILIZAÇÃO NO ALGARVE
[minha coluna no «barlavento» de 1 de setembro - versão online aqui]
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«Não vos tinha dito que a propalada crise do turismo no Algarve é uma panaceia para um muro de lamentações e pedinchices dos principais interessados: os empresários do turismo e os autarcas responsáveis pela crescente betonização do litoral? Claro que, agora, a conivência de governantes faz parte deste cartel.». O resto pode ser lido no meu arquivo do Lobo das Estepes.

terça-feira, setembro 06, 2005

Calendário escolar

As aulas na Escola (ESE) iniciam-se no dia 19 de Setembro. O primeiro ano começa uma semana depois, a 26. Pode ver o calendário escolar aqui em pdf.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Comunidades em meio urbano

SOCIEDADES URBANAS
[Meios urbanos - Castells, 1976]

• Existência de classes sociais
• Sistema político: funcionamento da estrutura social e domínio dos proprietários
• Sistema institucional de investimento técnico e cultural
• Sistema externo de mercado

SOCIEDADES DE BAIRRO
[Costa, 1999]

• Dupla dimensão: societária e comunitária
• Realidade social urbana
• Identidades: de bairro e colectiva
• Malha urbana hierarquizada
• Padrões e formas culturais próprios
• Meio social popular urbano

CULTURA URBANA
[Espírito Santo, 1999]

1. Economia polivalente
2. Habitat contíguo
3. Espaço vigiado e condicionado
4. Mobilidade geográfica
5. Afastamento da natureza
6. Dissociação entre indivíduo e família
7. Heterogeneidade social
8. Universalismo
9. Relações distensas com a vizinhança
10. Individualismo
11. Opacidade individual
12. Anonimato, indiferentismo e cosmopolitismo
13. Espaço de mobilidade
14. Espaço de inovação
15. Cidade como centro decisional
16. Coesão cívica

quinta-feira, setembro 01, 2005

Texto de Apoio I

O QUE É OBSERVAÇÃO DIRECTA?
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Num sentido restrito, fazer uma observação consiste em estar presente e envolvido numa determinada situação social, de forma a registar e interpretar, procurando não a modificar. Por isso o investigador não deverá desviar o curso normal dos acontecimentos por proposta ou influência externa.
O objectivo da observação é procurar um significado sociológico para enquadrar os dados recolhidos, classificá-los e avaliar da sua generalidade. Para isso muitas vezes utiliza o relatório de observação.
Assim, a observação consiste em testemunhar os comportamentos sociais dos indivíduos ou dos grupos nos próprios locais das suas acções, não alterando o seu normal percurso. Tem por finalidade a recolha e o registo de todas as componentes da vida social que se apresentam ao observador no seu trabalho. Dessa forma o observador tem quatro tarefas a realizar: i) estar junto dos observados e adaptar-se ao seu meio; ii) observar o desenrolar dos acontecimentos; iii) registar os acontecimentos; iv) interpretar a observação e redigir o relatório. Por isso a observação apela a capacidades de sociabilidade, atenção, memória e interpretação.
Podemos dizer que a observação directa engloba três comportamentos indissociáveis: i) uma interacção social com o meio estudado; ii) actividades diversas de observação no local; iii) registo dos dados observados. Estas componentes podem ser sequenciais, mas também recorrentes umas entre as outras. Cada terreno impõe ao observador uma determinada lógica que o obriga a ser flexível na actividade, a ser adaptável ao contexto local e a contar com o imprevisível.
Nas observações em contextos de grupos informais, o observador participa a descoberto no seio das suas actividades, tem a concordância dos observados, podendo participar de algumas actividades do meio. Não deve redigir as suas notas na presença do meio, mas fazê-lo mais tarde em forma de diário de campo, de acordo com as regras habituais. Para isso faz apelo da sua capacidade de memorização.
Na observação em contextos de grupos formais, o observador é aceite como tal no seio das interacções regradas e hierarquizadas das organizações. Permanece à vista de toda a gente, circula livremente e manuseia documentos. Muitas vezes as organizações formais colocam entraves que o observador deve procurar ultrapassar.
Nas actividades de observação, o observador pode adoptar três posições diferentes: i) ficar no mesmo lugar afim de observar dados comparáveis; ii) adoptar posições diferentes para observar a diversidade de situações; iii) não olhar para um local fixo, mas ver as pessoas.

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Fonte:Peretz, H. (2000). Métodos em Sociologia – para começar. Lisboa: Temas e Debates.

Texto de Apoio 1

EDUCAÇÃO E HUMANIDADE

1. A educação é o mais humano e humanizador de todos os trabalhos do homem. Naturalmente, por isso, encerra limites, pois pressupõe que apesar de sermos deficientemente educados, deveríamos educar melhor os nossos filhos. Provavelmente, por isso, ela raramente cumpre todos os seus objectivos.
2. A educação questiona-se sempre em torno dos seus objectivos ou das suas funções: ela deve preparar competidores profissionais ou formar pessoas? Deve potenciar autonomias ou reforçar coesões sociais? Deve apostar na estabilidade ou na mudança criativa? Pode, enfim, agregar ao mesmo tempo estes objectivos contraditórios?
3. Educar é acreditar na competência humana, na sua capacidade em aprender coisas que sabemos que existem e que merecem ser percebidas, melhorando assim o conhecimento.
4. A neotenia designa a prematuridade do conhecimento humano, que comparativamente ao macaco, por exemplo, mostra a incapacidade e a incompetência do que somos e sabemos antes de nos formarmos como homens. É o macaco nú de Desmond Morris. Trata-se de uma plasticidade ou disponibilidade de desenvolvimento: primeiro, biológica, depois social (mimética). É a educabilidade dos pedagogos.
5. Os indivíduos permanecem permanentemente abertos a novos saberes, passíveis de educação, imaturos e experimentadores. Este é o campo da educação permanente.
6. É a constatação da ignorância que determina o esforço pedagógico para ensinar, através da imitação forçosa, socialmente compelida (Bruner). Lembra a frase socrática: “só sei que nada sei”.
7. Como Platão, poderíamos dizer que, onde toda a gente pensa que sabe ou que tanto faz saber como ignorar, não pode haver educação nem verdadeira humanidade. Ensinar é sempre ensinar ao que não sabe, deplorando a ignorância alheia.
8. O processo educativo pode ser informal, veiculado pela socialização primária, através da família ou da comunidade, ou formal, por interpostas pessoas socialmente designadas para tal, normalmente na escola enquanto socialização secundária. Trata-se de uma ligação entre o amor e pedagogia, visando a criação social humana.
9. O que é próprio do homem, não é tanto o acto de aprender, mas sim o facto de aprender socialmente de outros homens. Por isso o nosso mestre não é a experienciação da vida no mundo, mas a interacção com outras consciências. Lembra a interacção dialógica freiriana.
10. Nessa interacção aprendemos as coisas no que são, mas, sobretudo o que elas significam, entre nós.
11. A verdadeira educação consiste em ensinar a pensar e, sobretudo, aprender a pensar sobre o que se pensa, portanto de forma reflexiva e crítica.
12. O primeiro objectivo da educação pretende tornar-nos conscientes da realidade dos nossos semelhantes. Isso implica considerá-los sujeitos e não objectos, protagonistas de vida e não comparsas vazios da nossa vida. É a concepção bancária da educação, de Paulo Freire.
13. O sentido da vida humana não é um monólogo, mas uma polifonia coral. Antes de mais a educação é a revelação dos outros, da condição humana colectiva.

Fonte: Savater, F. (1997). O Valor de Educar. Lisboa: Presença (pp. 13-32)

BIOGRAMAS

O que é um Biograma?
- Autobiografia educativa
- Reflexão cronológica de factos
- Esboço de interpretação

Fases para construção de biogramas:
1. Quadro de síntese (eu e mundo)
2. Narrativa autobiográfica:
Dimensão pessoal
pessoa
família nuclear
família alargada
vizinhos
Dimensão social
amigos/namorados
colegas
grupo de pares
professores
instituições
Dimensão profissional

estudos
trabalho
formação


Paulo Freire

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

• O Homem em busca do ser mais, contra o ser menos
• Tarefa humanista: libertar-se a si e aos opressores
• Superar a contradição opressores – oprimidos
• Pedagogia do oprimido: uma praxis libertadora
• Praxis como acção/reflexão
- nem activismo
- nem blablabla
• Liberdade como autonomia: conquista e não doação
• Dois momentos:
- desvelar o mundo
- pedagogia dos homens

EDUCAÇÃO LIBERTADORA

• Os opressores não se reconhecem libertos
• Dualidade dos oprimidos
• Atracção pelo opressor
• Determinismo e fatalismo (Auto-desvalia)
• Os Homens se libertam em comunhão
• Educação dialógica para a libertação (pedagogia humanizadora)
• Conscientização: por reflexão e acção sucessiva
• Construção crítica da realidade (educador/educando)

Comunidades rurais e piscatórias

A SOCIEDADE CAMPONESA
[Mendras, H.]


CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICAÇÕES

Autonomia = Independências face a outras sociedades
“O mesmo pote e o mesmo fogo” = O grupo doméstico exerce produção e consumo
Autarcia = Regras de produção e consumo marginais ao capitalismo
Interconhecimento = A totalidade da vida é conhecida de todos
Estratégias de mercado = As relações de compra e venda são dirimidas com a sociedade global
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CULTURA RURAL TRADICIONAL
[Espírito Santo, M. (1999)]

1. Economia monovalente
2. Habitat polinucleado ou disperso
3. Liberdade no espaço
4. Mobilidade geográfica nula
5. Ligação à natureza
6. Familismo
7. Unanimismo
8. Localismo cultural
9. Relações constrangentes com a vizinhança
10. Personalismo
11. Interconhecimento e controlo social
12. Visibilidade de status
13. Formação de memória colectiva
14. Tradição prevalece à inovação
15. Ausência de poder estruturante sobre a cidade
16. Coesão social
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COMUNIDADES PISCATÓRIAS
[Moreira, C. (1987)]


ECOTIPOS E ESPECIFICAÇÕES

Camponeses-pescadores = Base agrícola e Complementaridade do mar/outras
Pescadores-camponeses = Pesca dominante e Complementaridade agrícola/outras
Pescadores-mercadores = Pesca e comércio do pescado
Pescadores especializados = Exclusividade da pesca: independente ou por conta de outrém
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COMUNIDADES PISCATÓRIAS
[adaptado de Campelo, A. (2000)]

Características

1. Actividades sazonais
2. Ocupação temporária
3. Habitat provisório e de funções múltiplas
4. Socialização comunitária
5. Simbolização do espaço público
6. Origens do povoamento costeiro/litoral
7. Divisão do trabalho social por género